Luiz Marins, Ph.D.
Anthropos Consulting
Anthropos Consulting
" – Não consigo compreender como alguém pode pensar dessa
maneira!"
" – Não adianta falar – ele(a) não entende o que eu quero dizer!"
" – Como ele(a) pode gostar disso?!"
" – Ele(a) mais parece uma lesma! Vá ser devagar assim no inferno!"
" – Às vezes penso que só eu estou certo!"
" – Não adianta falar – ele(a) não entende o que eu quero dizer!"
" – Como ele(a) pode gostar disso?!"
" – Ele(a) mais parece uma lesma! Vá ser devagar assim no inferno!"
" – Às vezes penso que só eu estou certo!"
Estas e outras afirmações fazem parte de nosso cotidiano. Não é
fácil reconhecer e aceitar a "diversidade humana". Homens e mulheres são
diferentes, pensam de maneira diferente e agem de forma diferente. Jovens e
adultos são diferentes, pensam de forma diferente e agem de maneira diferente. A
verdade é que todas as pessoas são diferentes e isso é simplesmente
irritante e às vezes inaceitável para pessoas egocêntricas.
As pessoas têm base genética diferente; formação e educação
diferentes; histórias de vida diferentes; cresceram e se desenvolveram em
meio-ambientes diferentes. Os "modelos" sobre os quais construímos nossos
conceitos de certo e errado também foram diferentes para cada um de nós. Os
próprios conceitos de "ética" e mesmo "moral" podem ser um pouco "diferentes" de
pessoa para pessoa. Umas mais rígidas, outras mais "relativistas", etc. O fato é
um só – não há duas pessoas iguais!
Assim, temos que aprender a conviver, respeitar e até utilizar
para a nossa vida – pessoal e profissional – as diferenças individuais. Uns têm
mais "senso de urgência" e fazem as coisas rapidamente. Outros mais
introspectivos, pensam mais, são mais cautelosos. Uns não têm medo de reclamar,
"pechinchar", exigir seus direitos e até brigar. Falam com quem têm que falar
para conseguir alguma coisa. Outros são mais introvertidos, tímidos, não têm a
necessária coragem ou mesmo sentem-se ridículos ao reclamarem seus direitos ou
exigirem algum benefício pessoal. Os primeiros acharão os segundos uns "bobos".
Estes dizem que os primeiros são uns "mal educados, egoístas, espaçosos...".
Quando estamos dirigindo, todos os motoristas que estão dirigindo mais devagar à
nossa frente são uns "molengas, tartarugas..." e todos os que nos ultrapassam
são uns "loucos, irresponsáveis...". Não é assim mesmo?
A empresa moderna precisa aprender a não só aceitar a
diversidade como utilizar essa diversidade para seu sucesso. Os chefes precisam
analisar os pontos fortes e identificadores positivos de cada um de seus
colaboradores – a diferença positiva – para fazer com que a contribuição de cada
um seja a melhor possível para a empresa, para a conquista e mantença do
cliente, para a melhoria da qualidade e para o aumento da produtividade. Há
empresários, gerentes, chefes em geral que têm a pretensão de imaginar que todos
devam ser iguais, com valores semelhantes, gostos semelhantes, ritmos
semelhantes. Esses empresários, gerentes, chefes, se desgastam terrivelmente
nessa falta de compreensão da diversidade e principalmente por não se
aproveitarem dela para o sucesso empresarial.
Vejo, com apreensão, que há empresários e dirigentes
empresariais que não conseguem conviver pacificamente com a diversidade em seu
universo de clientes. Constantemente acham os clientes "impertinentes" em suas
demandas – aquelas que são diferentes do que a empresa imagina serem as
"pertinentes" – e sofrem com esse relacionamento cada vez mais tenso entre
empresa e clientes. Muitos conflitos que tenho visto entre fornecedores e
clientes são fruto da intolerância e da incompreensão da realidade, da
importância e mesmo do valor das diferenças de pontos de vista, de opinião, de
valores entre as pessoas.
Outra grave conseqüência dessa incompreensão se dá no
relacionamento da empresa com a mídia. A intolerância da empresa com a
diversidade de opinião e pontos de vista faz com que o seu relacionamento com os
meios de comunicação seja truncado, tenso, deformado, cheio de ruídos. Vejo esse
problema ocorrer de ambos os lados. Também os meios de comunicação através de
seus profissionais têm, muita vez, demonstrado essa intolerância com
"pré-conceitos" e modelos mentais estereotipados sobre o mundo empresarial,
sobre o capitalismo, sobre o lucro, etc. E a verdade é que a cada dia que passa
as empresas mais necessitam de uma rica e profusa comunicação com o mercado.
Vejo com apreensão empresários acharem que a imprensa tem
"obrigação" de publicar atos ou fatos de sua empresa que eles (empresários)
julgam importantes, essenciais, de alta relevância para a sua cidade ou região.
Ocorre que essa importância nem sempre é vista com a mesma ênfase por aquele
veículo de comunicação, gerando um forte ressentimento, principalmente nas
cidades do interior onde a proximidade com a imprensa é mais sentida. Da mesma
forma, a idiossincrasia da imprensa com relação ao mundo empresarial e a
incompreensão do seu valor social na geração de emprego e renda pode levar a um
distanciamento de difícil compreensão para o empresário que investiu numa nova
fábrica, numa nova loja, na geração de riqueza.
Assim, fica claro que é preciso um verdadeiro e genuíno esforço
para compreender, aceitar e valorizar a diversidade. Você que é empresário, que
é dirigente empresarial ou você que é político, servidor público, trabalha nos
meios de comunicação ou onde quer que seja, pense na diversidade humana. A
riqueza da sociedade está justamente na diferença entre as pessoas. O que seria
do azul, se todos gostassem do amarelo? – diz o ditado popular. E assim, na
empresa, na família, na vida, tente fazer um esforço para respeitar as pessoas
como elas são – diferentes de você!